O diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, afirmou que o cronograma da companhia sobre o túnel imerso Santos-Guarujá prevê um valor total da obra da ordem de R$ 5,8 bilhões. Serão feitos aportes financeiros públicos para a sua construção, estimada para ser finalizada até 2029. Ele foi entrevistado ontem (29) pelo jornalista Zerri Torquato no Programa ZR News, veiculado pela Rádio Santa Cecília FM (107,7), que dedica as quintas-feiras ao noticiário do segmento portuário.
De acordo com Pomini, a Autoridade Portuária de Santos tem, em caixa, uma quantia que representa 50% do valor total da obra do túnel que liga as duas margens do Porto de Santos.
“O valor atualizado é de R$ 5,8 bilhões. O Porto de Santos arrecada R$ 200 bilhões. Então, estamos falando de 5% desse valor de um ano de arrecadação para construir uma obra que é necessária há 97 anos. Temos 50% deste valor total aplicado na conta da Autoridade Portuária”, comentou.
O presidente do Porto de Santos disse também, que, dentro do cronograma da companhia que envolve a construção do túnel, está prevista a utilização de 100% dos recursos financeiros públicos. Pomini citou que o porto terá futuras receitas a partir de licitações e conversou sobre possibilidades de financiamentos, inclusive vindos do Governo de São Paulo.
“Nosso cronograma leva em consideração recursos próprios. Até porque temos um cronograma para o início das obras (a partir do) ano que vem, com término em 2028, 2029, período que autoriza que o próprio porto realize ações, por exemplo, com licitações que tenham potencial de gerar recursos para o investimento da obra. Nós também já incluímos essa obra no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal)”.
O presidente da APS revelou também ter tido conversas com o Brics, bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, sobre a possibilidade de financiamento das obras.
No início da semana, durante a cerimônia de reabertura do Museu do Porto de Santos, o ministro de Portos e Aeroportos Márcio França disse que parte do Governo se mostrou favorável à construção do túnel a partir de uma Parceria Público-Privada (PPP), que é o modelo proposto pelo Governo do Estado. Segundo Pomini, esse formato demandaria mais tempo e não seguiria o cronograma da APS.
“A diferença de entendimento é sobre o formato de contratação. O Estado defende PPP e defendemos um contrato público direto pela Autoridade, porque nosso modelo é mais ágil. Com publicação do edital neste ano, início das obras ano que vem, seguido por concessão. Ou seja, nós faremos a concessão para a gestão do túnel. Com a PPP, o problema é que são mais quatro, cinco anos de debate e discussão. O governador não foi claro se aproveitaria o projeto da Dersa (estatal já extinta, que apresentou um projeto em 2012) que já conta com as licenças. Esse projeto exige uma série de desapropriações, tanto em Santos quanto em Guarujá”, comentou.
Licenças
O presidente da APS afirmou que fez uma solicitação junto ao Ibama para o reaproveitamento das licenças ambientais para o projeto que foi realizado em 2012.
“Recebemos o ofício do Ibama solicitando uma reunião para que a Autoridade Portuária possa entregar mais informações técnicas sobre o projeto. Então, aguardamos a autorização do Ibama para publicação do edital e início das obras no próximo ano”, comentou.
Hoje (30), Pomini estará em Brasília, onde fará uma apresentação sobre o projeto do túnel à Casa Civil.
Santos Export
Todas as quintas-feiras o ZR News, com apresentação de Zerri Torquato, é voltado para os assuntos portuários, além de ter o quadro Santos Export. O programa pode ser acompanhado também pelo https://portalbenews.com.br
Fonte: BeNews
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