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Porto de Santos é parceiro importantíssimo do Mato Grosso do Sul, afirma governador Eduardo Riedel

Governador do estado do Centro-Oeste falou sobre este e outros temas para A Tribuna

O que Santos e o estado do Mato Grosso do Sul têm em comum? Muito, em especial no que se refere ao Porto, celulose e ferrovias. Em entrevista concedida para A Tribuna na última semana, o governador Eduardo Riedel (PSDB) fala sobre esses e outros temas relevantes para o setor logístico.

O senhor esteve em Santos em 31 de julho para a inauguração do novo terminal da Eldorado. Como esse terminal aumenta a competitividade do Mato Grosso do Sul no Brasil?

A Eldorado é uma das importantes parceiras do processo de desenvolvimento do Mato Grosso do Sul. Por isso, fizemos questão de participar. Estamos vivendo um ciclo de pleno crescimento: o estado tem o 2º maior PIB projetado para este ano; um investimento privado de mais de R$ 60 bilhões acontecendo agora; já somos o que mais investe por habitante no Brasil e o 7º mais competitivo, com uma taxa de pobreza extrema pequena e quase pleno emprego (a 4ª menor desocupação no País). Já respondemos por 30% do total de celulose exportada pelo Brasil e seremos o maior polo do continente, em curtíssimo prazo. Por isso, cada passo dado por mais competitividade nos interessa. Acompanhamos a determinação da Eldorado de sanar essa falta de terminal portuário próprio. A partir de agora, a empresa vai alcançar resultados ainda mais expressivos, já que até recentemente utilizava praticamente quatro diferentes portos no Brasil para conseguir exportar sua produção. Com esse terminal exclusivo, conectado à ferrovia, muda a logística da empresa e do Mato Grosso do Sul, lembrando que praticamente 100% da celulose produzida no estado será exportada pelo Porto de Santos. Sem Santos e sem a ferrovia, o estado teria dificuldade em tornar competitiva sua produção florestal. A inauguração desse terminal conectado, com capacidade de 72 vagões, já implicou em outras mudanças logísticas ao Mato Grosso do Sul. Hoje, temos a Eldorado e a Suzano. E vamos ter em breve a Arauco (multinacional chilena), que em três anos tem previsão de começar operação e tem logística ferroviária para também exportar por Santos. Ou seja, Mato Grosso do Sul tem o Porto de Santos como parceiro importantíssimo para escoar sua produção, o que vai exigir do Porto mais investimentos em estrutura e competitividade.

Como esses investimentos feitos no Litoral de São Paulo se refletem não só no seu estado, mas também na região Centro-Oeste como um todo?

O Porto de Santos é fundamental para todo o Centro-Oeste. Destaco aqui o grande canal de escoamento da Ferronorte, que tem o maior terminal de commodities em Rondonópolis, no vizinho Mato Grosso, e passa pelo Mato Grosso do Sul, conectando municípios sul-mato-grossenses como Chapadão do Sul e Aparecida de Taboado, e no próximo ano teremos uma conexão no município de Inocência, onde vai se instalar o novo complexo de celulose. Também somos geradores de carga para essa ferrovia, que é, junto com a Malha Paulista, o principal corredor de exportação agrícola do País.

O que é preciso ser feito em Santos que ajudaria os sul-mato-grossenses? Ferrovias? Estradas? Os dois?

Entendemos primeiro que é importante a disponibilidade de novos terminais no Porto de Santos para empresas de Mato Grosso do Sul, como por exemplo a Arauco, que possam participar de processos licitatórios, tendo terminais exclusivos, como é o caso da Eldorado. Um ponto importante é conexão ferroviária, e aqui cabe destacar que Mato Grosso do Sul busca a relicitação de outra ferrovia, a chamada Malha Oeste, que sai de Corumbá (MS), passando por Três Lagoas (MS), Bauru (SP) e Mairinque (SP), chegando ao Porto de Santos com direito de passagem. É importante que essa ferrovia, que também será um novo canal de acesso a Santos, seja relicitada, e que a gente tenha condições de chegada em Santos, gerando a necessidade de investimentos nos terminais tanto de caminhões quanto de ferrovias. A relicitação da Malha Oeste abrirá uma grande janela de oportunidades, fazendo com que o Mato Grosso do Sul tenha duas ferrovias chegando ao Porto de Santos, o que certamente vai exigir do agente portuário uma ampliação significativa para atendimento de novas demandas.

Quais investimentos o estado pretende fazer em logística, sejam públicos e privados?

Queremos intensificar e fazer novas conexões. Já temos um projeto de ferrovia ligando Eldorado até a Ferronorte, e por isso a relicitação da Malha Oeste é fundamental. Internamente, estamos fazendo um trabalho de licitação de novas rodovias. Aprovamos na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul autorização para captação de R$ 2,3 bilhões junto ao BNDES para financiamento de um grande pacote de investimentos em rodovias estaduais, e temos outros R$ 12,1 bilhões em concessões rodoviárias, sendo R$ 4,8 bilhões em execução e outros R$ 7,3 bilhões em estruturação, para que tenhamos competitividade rodoviária interna, o que também melhora a competitividade pelo Porto de Santos. Estamos trabalhando para estabelecer um porto seco no município de Três Lagoas (na divisa com São Paulo), que permita que o desembaraço a partir do Porto de Santos ocorra dentro de Mato Grosso do Sul.

Como é a relação logística e de cargas do Mato Grosso do Sul com os países vizinhos Paraguai e Bolívia?

O Paraguai está muito direcionado para operação no Porto de Paranaguá. Já a Bolívia tem todo um trabalho hidroviário com Mato Grosso do Sul, com importação significativa de ureia. Volto a destacar a necessidade da relicitação, que vai criar o corredor ferroviário Transamericano, ligando Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, diretamente a Santos. Temos conversado com a companhia boliviana Ferroviaria Oriental S.A, para termos um canal para trazer produtos de Santos até Santa Cruz, e vice-versa. Acredito que o Porto de Santos e o Governo de São Paulo devem olhar de maneira bastante estratégica para a Malha Oeste, que pode ligar Santos ao Oceano Pacífico pela ferrovia. Temos um projeto pronto, de Santos a Corumbá, Corumbá a Cochabamba, descendo para Salta e chegando aos portos chilenos. Para isso, é preciso que se faça os investimentos necessários, e o governo de Mato Grosso do Sul trabalha para que desenvolvimento e crescimento econômico sejam cada vez mais realidade para o estado, impactando a competitividade nacional.













Fonte: A Tribuna

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