top of page

Porto de Santos volta a ter grupamento de fuzileiros navais e vai triplicar militares em 2 anos

Reativado em cerimônia realizada na manhã desta quarta (10), o Grupamento de Fuzileiros Navais de Santos, com sede no Bairro Estuário, já começa as atividades com projeções definidas de quase triplicar seu efetivo em dois anos: de 56 para 158 militares, além de estar estrategicamente preparado para acomodar contingentes maiores originários de outros batalhões navais.

 

“Para se ter uma dimensão, já chegará uma parcela neste ano. No início de 2025, virá a segunda e, no começo do ano seguinte, a terceira parcela”, afirma o comandante do grupamento, o capitão de fragata fuzileiro naval Eric Ricardo de Souza.

 

O Grupamento de Fuzileiros Navais de Santos havia sido desativado pelo Governo Federal em 1976, junto com outros dois, em razão de restrições orçamentárias e reestruturação da Marinha. O atual momento, porém, é muito diferente.

 

“Vai trazer mais segurança para o Porto de Santos e para a cidade como um todo. Nós temos diversos desafios. Muitos de nossos portos já estão permeados com o problema do narcotráfico e, em Santos, não é diferente. A Marinha tem atuado intensamente no sentido de coibir a atividade, em parceria com a Receita e a Polícia Federal. A presença desses fuzileiros navais certamente vai incrementar a capacidade da Marinha na região”, afirma o comandante de Operações Navais, almirante de esquadra Wladmilson Borges de Aguiar.

 

O grupamento terá atuação na jurisdição do 8º Distrito Naval, que compreende São Paulo e Paraná. “A responsabilidade aumenta com a GLO (Garantia de Lei e da Ordem, decretada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 1º de novembro, com a presença das Forças Armadas em portos e aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro), mas nossa tropa está preparada. Estávamos fazendo os preparativos administrativos da unidade, mas não deixamos de lado a parte operativa. Nossa tropa já está em condições de atuar, se assim o comando decidir”, completa o capitão de fragata.

 

O prefeito Rogério Santos (Republicanos) saudou o retorno do grupamento. “A Prefeitura vai apoiar qualquer ação e necessidade de infraestrutura para a melhoria do atendimento dos fuzileiros navais em Santos”, afirma, lembrando do convênio entre a Marinha e a Guarda Municipal, que também atua na fiscalização de praia, especialmente com relação a abusos com veículos náuticos e proximidade com banhistas.

 

Estrutura

 

As instalações do Grupamento de Fuzileiros Navais de Santos foram remodeladas para atender à chegada dos militares, porém ainda existem mais novidades para 2024 ou, no máximo, o início de 2025: a construção de um novo prédio para abrigar a estrutura. “Há o prédio onde estará todo o núcleo de comando do grupamento, existem alojamentos para a tropa, refeitório, auditório, salas de reunião e de aulas, além de, momentaneamente, utilizarmos um contêiner para poder servir de paiol de alguns itens que precisamos”.

 

O grupamento possui também seis viaturas de operação, sendo duas consideradas pesadas, de cinco toneladas, e quatro leves, além do Piranha, que é anfíbio blindado e pertencente ao Comando de Força da Esquadra. Além disso, há veículos administrativos.

 

“Recebemos viaturas e material operativo vindo do Rio de Janeiro, do Comando de Fuzileiros Navais, para podermos ter condições de, junto com o pessoal, atuar a qualquer tempo, a partir da ativação do grupamento”.

 

Experiência e emoção

 

Pela primeira vez no comando de um Grupamento de Fuzileiros Navais, o capitão de fragata Eric Ricardo de Souza nasceu no Rio de Janeiro, tem 45 anos e, destes, 29 são dedicados à Marinha. Passou a maior parte da carreira militar na capital carioca, mas também trabalhou durante quatro anos no Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal, no Rio Grande do Norte, e por um ano junto à Organização dos Estados Americanos (OEA), na fronteira entre Equador e Peru, na missão de assistência de remoção de minas da América do Sul.

 

“É uma bagagem que adquiri para poder estar hoje aqui e contribuir para que a Marinha tenha uma atuação relevante na área de Santos", afirma Souza, aluno do atual comandante de Operações Navais no Colégio Naval.

 

"Passei quatro anos lá como instrutor imediato e algumas turmas passaram pelas minhas mãos. Tive a grata satisfação de, no passado, ter sido orientador dele”, conta o almirante de esquadra Wladmilson Borges de Aguiar, que nasceu em Guarujá (os pais ainda moram no município), residiu por mais de uma década em Santos (estudou na UME Cidade de Santos, no Embaré) e, atualmente, está no Rio de Janeiro.

 

Em seu discurso, o capitão de fragata se mostrou bastante emocionado quando falou dos filhos e da esposa, que vieram com ele para a cidade. “Eu amo minha família. Ela é, realmente, a base que me move e me faz seguir a cada dia”.


 















Fonte: A Tribuna

Comentarios


bottom of page