O Porto de Santos está perdendo cargas devido à 'capacidade esgotada'. A afirmação é do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) ao avaliar o embarque do produto para exportação no Porto de São Sebastião, em setembro, após mais de 60 anos sem esse tipo de operação no cais do Litoral Norte.
“É um reflexo dos desafios da infraestrutura portuária do País e do esgotamento do cais santista, que impõem dificuldades na consolidação das exportações das cargas conteinerizadas e levam as empresas a buscarem alternativas”, diz o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron.
Mais de 8 mil sacas de café verde produzidos em Minas Gerais e São Paulo foram embarcadas com destino à Alemanha no mês passado. A operação foi via breakbulk — quando o produto é transportado solto ou fracionado no porão do navio. O último embarque do setor cafeeiro no Porto de São Sebastião havia ocorrido na década de 1960.
Problemas
Heron ressalta que clientes estrangeiros estão deixando de receber as cargas em decorrência dos atrasos recorrentes nas atracações e nas alterações de escala de navios em Santos, “que contribuem para o aumento das rolagens de cargas e a lotação dos pátios dos terminais, impedindo o recebimento de novos contêineres destinados às exportações”.
Ele aponta ainda que os atrasos acabam gerando “lotação de pátios, impactos nas aberturas de gate e falta de janelas nos terminais, adicionando custos elevados e não previstos aos embarques de café”.
Heron menciona que os embarques de contêine-res “vêm crescendo com o aumento das exportações de café, algodão e açúcar”, e que, para atender às novas demandas, é necessário investir no aumento da capacidade”.
APS nega
A Autoridade Portuária de Santos (APS) garante que não há fuga de cargas do cais santista. “Dados apontam crescimento de 53,5% no embarque de café por Santos entre os meses de janeiro e agosto deste ano em relação ao ano passado, passando de 1,03 milhão em 2023 para 1,59 milhão em 2024”.
A APS argumenta que nos primeiros sete meses do ano, o cais santista operou aproximadamente 72,5% do café exportado no País. O presidente da APS, Anderson Pomini, ressalta que “já promoveu reuniões com armadores, produtores de café e terminais para contribuírem com medidas que considerem importantes a serem adotadas para melhorar o desempenho”.
Fonte: A Tribuna
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