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Navio asiático com tripulantes com Covid-19 deixa o Porto de Santos

Presidente do Sindicato dos Estivadores relata que os demais trabalhadores estão em pânico por ter tido que trabalhar a bordo da embarcação.


O navio porta-contêineres Monte Azul, com bandeira de Singapura e oito tripulantes com Covid-19, deixou o Porto de Santos, no litoral de São Paulo, por volta das 13h15 desta quarta-feira (15). A saída foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que também havia liberado a operação de estivadores na embarcação.

A permissão para o trabalho revoltou o presidente do Sindicato dos Estivadores, Bruno José dos Santos. De acordo com o sindicato, os funcionários estão preocupados com a situação. A embarcação atracou no Porto de Santos na segunda-feira (13) e a previsão é de que seguisse viagem para Buenos Aires, na Argentina - a informação, porém, não foi confirmada pela Santos Port Authority (SPA), a autoridade portuária de Santos.


Casos de covid

A Anivsa informou, por meio de nota, que identificou e notificou 1 caso de Covid-19 quando o navio Monte Azul saiu dos EUA. Ao chegar ao Brasil, a Anvisa determinou a paralisação das operações da embarcação, até que todos fossem testados e passassem por avaliação médica.

A Anvisa diz que a tripulação estava 100% vacinada, com o ciclo vacinal completo e assintomática. Os resultados dos testes demonstraram 8 positivados, que estão isolados a bordo. Conforme a RDC 584, de dezembro de 2021, as embarcações com 100% da tripulação vacinada estão dispensadas de outras medidas como mudança da tripulação, quarentena em trabalho ou quarentena da embarcação.

Ainda segundo a Anvisa, dessa forma, a continuidade das atividades para os demais tripulantes é possível mantendo-se as medidas preventivas, como por exemplo, uso constante de equipamento de proteção individual (EPI) para os indivíduos.

Trabalho a bordo

De acordo com o presidente do Sindicato dos Estivadores, mesmo estando desde o dia 13 atracado, as operações do navio no cais santista só começaram no início da noite desta terça-feira (14). Ele diz que recebeu diversas ligações de estivadores, que são vinculados ao terminal onde o navio está atracado, afirmando que teriam que trabalhar a bordo da embarcação com infectados.


“Colocar os trabalhadores a exposição não é aceitável. Infelizmente estão todos em pânico e não podem sequer negar em fazer o trabalho com medo de serem despedidos. Os trabalhadores estão sofrendo um terror psicológico com essa situação”, disse o presidente do sindicato.

De acordo com ele, foram disponibilizados Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), que não fazem parte do dia a dia do trabalho, como macacão de Tyvek, para proteção em operações químicas, além de máscaras e luvas.

Ainda segundo o presidente do sindicato, todos os infectados estavam isolados em uma parte do navio. Ele diz que desconhecia essa medida. "Não conhecia esse protocolo, o antigo prezava-se a assistência médica à tripulação, e o navio ia para uma quarentena na barra. Esse novo protocolo da Anvisa põe em risco todos os trabalhadores e também todos moradores da região”.




Fonte: G1

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