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Hidrovias brasileiras podem ter sistema de navegação eletrônico, diz secretário da Antaq

Novos projetos de hidrovias brasileiras deverão contar com um sistema de navegação eletrônico que poderá tornar o modal mais eficiente e seguro para o escoamento de mercadorias com destino aos portos. Estudos de inovação e tecnologia fazem parte do Projeto Hidrovias, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e o foco inicial é no Rio Madeira, que atende o chamado Arco Norte.

Durante participação em encontro do Comitê de Infraestrutura da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), no último dia 22, o secretário especial de Estudos e Projetos da Antaq, Bruno Pinheiro, afirmou que novos projetos de hidrovias deverão contar com sistema de navegação eletrônico, começando pelo Rio Madeira, na região amazônica. “A ideia é ter um sistema de navegação eletrônico para ser utilizado por todos no Rio Madeira. Não há hidrovia sem balizamento. A navegação eletrônica pode substituir balizamento físico”.

O Rio Madeira é um dos principais eixos logísticos do Arco Norte. O diretor-presidente da ATP, Murillo Barbosa, complementou que a substituição pelo sistema de navegação eletrônico "é até mais eficiente, desde que todos os comboios e embarcações estejam equipados para receber informações”.

Segundo a Antaq, o Projeto Hidrovias tem por objetivo elaborar estudos preliminares e levantamentos técnicos que buscam melhorias de acessos hidroviários fundamentais para o escoamento de mercadorias pelos terminais nos rios Madeira, Tapajós, Paraguai, São Francisco, região da Barra Norte e Tietê-Paraná - este último, favoreceria o transporte de cargas com destino ao Porto de Santos.

O presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop), Sérgio Aquino, observou que o Brasil depende cada vez mais do sistema hidroviário, principalmente nas operações do chamado Arco Norte, onde o fluxo logístico envolve de maneira muito forte o transporte por barcaças.

Aquino explicou que, diferentemente de um espelho d’água, ou seja, de apenas uma via navegável por onde passam as barcaças, uma hidrovia requer infraestrutura. “Cito balizamento e garantias de dragagem e profundidade. Tendo equipamentos cada vez mais modernos para controle logístico, aperfeiçoando o processo logístico e o controle da navegabilidade, haverá uma intensidade cada vez maior de utilização”.

O presidente da Fenop ressaltou que a implementação de um sistema de navegação eletrônico também contribuirá para a segurança. “O sistema também poderá ajudar muito na segurança, pois, na Região Norte temos um problema sério de ‘pirataria’ ou ataques às barcaças”.

Aquino avalia que transformar as vias navegáveis em hidrovias é importante para a organização e o aperfeiçoamento logístico. Ele compara com a organização implementada nos portos marítimos. “Essa questão de monitoramento através de sistemas também foi um ponto referencial na mudança e nas melhorias dos acessos aos portos, acabando com congestionamentos. Ou seja, usaríamos uma similaridade disso. Ajudará muito no transporte hidroviário e na operação das barcaças”.

O presidente da ATP, Murillo Barbosa, lembrou que existem problemas na foz do Rio Madeira, o que, segundo ele, prejudica o Amazonas e dificulta a navegação devido à diminuição do calado. Uma das medidas paliativas da Antaq é autorizar o afretamento de navios menores para armadores darem conta de escoamento no estado e retirar carga da Zona Franca de Manaus.

Audiência pública

O secretário da Antaq afirmou que haverá audiência pública sobre o projeto do Rio Madeira em 2024. Antes, ocorrerá diálogo com representantes do mercado. “O Madeira tem todas as informações de engenharia (organizadas), só precisa dessa informação no mercado para estruturar uma audiência pública. A ideia é o concessionário fazer batimetria, dragagem para manter o calado mínimo operacional escrito no contrato de concessão, entre outras atividades do escopo”.




















Fonte: A Tribuna

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