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Guarujá aposta no Cing para atrair atividade industrial ligada ao Porto de Santos

Com uma área de 1 milhão de metros quadrados, o Complexo Industrial e Naval do Guarujá (Cing), fundado há 43 anos no Bairro Jardim Las Palmas, é um gigante que merece ser ainda mais despertado. Não só apenas em função do grande potencial representado pelas empresas já instaladas - atualmente são 44, segundo a Prefeitura -, mas também pelo perfil admitido nas que venham a chegar.

“O Cing é um sítio de oportunidades único, em função de sua localização estratégica para atividades da construção naval, marinas em petróleo e gás, que pode perfeitamente abrigar também uma zona de processamento de exportação e outras empresas limpas. Já representa uma importante contribuição no oferecimento de postos de trabalho e arrecadação para o Município, mas tem potencial para receber novos empregos”, projeta o prefeito Válter Suman (PSDB).

Segundo o presidente da Associação Administradora do Cing (AACing), Paulo Console, o local tem cadastradas mais de seis mil pessoas, entre funcionários fixos e profissionais liberais. “Estaleiros de grande, médio e pequeno porte se instalaram aqui em todos estes anos, com o desenvolvimento de gerações de profissionais em todos os ramos da fabricação e reparo de embarcações, assim como na manutenção e marinharia. É o maior catalisador da geração de empregos do ramo náutico de todo o estado de São Paulo”.

O prefeito reforça o interesse no aumento desse tipo de atividade. “Ela desenvolve um papel importante e tem atuação bem diferenciada. Os estaleiros produzem embarcações de altíssimo nível, de grande porte e com especificações únicas”, destaca Suman.

Prioridades e impostos

O Cing é considerado uma das prioridades das ações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Portuário de Guarujá. Atrair mais empresas de petróleo e gás é um objetivo especial, em razão da localização do complexo - já fora da área do porto organizado, portanto com condição de operacionalidade em moldura de porto privado, na boca da entrada do estuário de Santos e de seu grande porto.

Trata-se de uma condição que oferece muita facilidade de acesso aos locais onde estão as plataformas de petróleo. “Notadamente, o momento aponta que maior atividade, com relação à exploração do petróleo do pré-sal, no mar, se direciona para regiões mais próximas aqui da Baia de Santos. Então, é esperado que haja um incremento sensível e muito significativo no mercado de petróleo e gás e muitas operações serão transferidas para a nossa Região”, diz a Prefeitura, em nota.

Console alega que há urgente necessidade de que as vias de acesso sejam ampliadas e melhoradas, para que a indústria envolvendo a cadeira de óleo e gás se desenvolva em um ritmo mais acelerado. “Em termos de planejamento, a Administração se volta neste instante, para a busca de um aprimoramento das condições de acessibilidade, sempre preocupada com a questão da incomodidade e do atendimento às questões ambientais”, afirma a Prefeitura.

A Administração Municipal também observa que há condições apropriadas para um grande avanço na instalação de novas marinas, com toda a estrutura necessário para atividades náuticas de lazer. Além disso, também acredita que é plenamente compatível atrair indústrias limpas e implementar uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE). O Pró-Guarujá, programa de incentivos fiscais para fomentar novos investimentos com descontos de impostos e isenção de taxas, é apontado como caminho. E não é só.

“Recentemente, de uma forma incisiva, a Administração Municipal tem solicitado ao Governo do Estado que reveja a sua política de impostos sobre atividade desenvolvida nos estaleiros, uma vez que outros estados estão promovendo incentivos para a atração de empresas e fazendo com que os estaleiros migrem do Estado de São Paulo para outras localidades. É preciso uma posição mais sensível a essa questão sob pena de perdemos unidades importantes”, sentencia a Prefeitura.

Para que essas saídas não aconteçam e haja desenvolvimento, Console sugere que haja equiparação do regime tributário de São Paulo com o de Santa Catarina. O litoral do estado do Sul do País ganhou projeção ao fomentar esse potencial turístico, de negócios e esportivo, utilizando o aspecto econômico. “Existe demanda para novos projetos, mas depende disso”, afirma.

Crescimento e desenvolvimento

Console prevê que o Cing, caso ocupe sua área total, teria um crescimento de quase 300%. “Estamos falando em, provavelmente, 18 mil profissionais vivendo da atividade direta do Cing, em um crescimento sustentado sem prejudicar o entorno perfeitamente preservado nestes 43 anos de operação. Guarujá e o Litoral Paulista seriam impactados positivamente com turismo de alto poder aquisitivo, assim como investimentos”.

O prefeito Válter Suman também vê o Cing como um ponto de desenvolvimento e apoio a outras ações em Guarujá, como a ligação seca com Santos, o Aeroporto Civil Metropolitano, a segunda fase da Avenida Perimetral, a macrodrenagem por toda a Cidade e a revitalização da Avenida Dom Pedro.

“Nosso objetivo é ver toda aquela área ocupada, produzindo riqueza de modo sustentável gerando oportunidade de trabalho para a população, nessa nova fase de desenvolvimento que estamos vivendo. É um dos vetores que, conjugado aos demais que estão se concretizando, impulsionarão as transformações qualitativas, produzindo uma nova Cidade”, finaliza.












Fonte: A Tribuna

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