O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu ontem (10) com os ministros do governo para uma análise dos 100 primeiros do seu terceiro mandato. Na ocasião, Lula anunciou as diretrizes de um programa de desenvolvimento em infraestrutura com previsão de divulgação e início para maio.
A proposta terá seis eixos estratégicos: transportes; infraestrutura social; inclusão digital e conectividade; infraestrutura urbana; água para todos e transição energética. O presidente Lula pretende entregar um projeto a longo prazo.
“Esse planejamento será traduzido em um grande programa que traz de volta o papel do setor público como indutor dos investimentos estratégicos em infraestrutura. […] Vamos aproveitar a experiência que já tivemos com o PAC e os programas de concessão para aprimorar esses mecanismos, tornando-os ainda mais eficientes”, explicou Lula.
De acordo com o Planalto, os governos estaduais já enviaram listas de obras prioritárias e os ministérios estão estudando outros investimentos em infraestrutura. Segundo Lula, o governo vai facilitar o crédito a micro, pequenas e médias empresas e cooperativas, além de microcrédito para empreendedores individuais.
“Precisamos criar na sociedade a ideia de que esses bancos são públicos e têm finalidade diferente dos bancos privados. Não queremos que percam dinheiro, mas (eles) não podem emprestar dinheiro com as mesmas custas dos bancos particulares”, defendeu.
Lula ressaltou que o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai voltar a ter protagonismo na realização do programa de desenvolvimento. Segundo ele, o banco já reteve mais recursos para investimentos, que hoje são usados para pagamento de empréstimos ao Tesouro Nacional.
“Dinheiro bom não é dinheiro guardado em cofre; é dinheiro gerando obras, desenvolvimento, gerando empregos. Isso é que é importante”, completou, defendendo a responsabilidade com os gastos”, ressaltou o presidente.
Estratégias
Na transição energética, o governo deve lançar editais para a contratação de energia solar e eólica e os leilões para novas linhas de transmissão. Segundo o presidente, a Petrobras vai financiar a pesquisa para novos combustíveis renováveis e, ao mesmo tempo, retomará investimentos na ampliação da frota de navios da Transpetro.
“Nunca achei a Petrobras uma empresa de petróleo. É a empresa de energia, historicamente, que mais investiu em pesquisa nesse país, em inovação. A descoberta do pré-sal foi resultado de bilhões de investimentos”, apontou Lula.
Na infraestrutura, as ferrovias, rodovias, hidrovias e portos devem voltar a ser pensadas de modo estruturante. “Reduzirão o custo do escoamento de nossa produção agrícola. E incentivarão o florescimento de uma nova base industrial, mais tecnológica e mais limpa. Além disso, vamos equacionar as concessões de rodovias e aeroportos que estão desequilibradas, retomando os investimentos previstos”.
Obras de prevenção a desastres causados por cheias e deslizamentos também estão no radar do Governo Federal. Com o novo marco do saneamento a intenção é destravar e atrair R$ 120 bilhões em investimentos públicos e privados para universalizar os serviços de água e esgoto até 2033 em todo o país.
De acordo com o ministro dos Transportes, Renan Filho, nos 100 primeiros dias de governo o investimento em transportes foi 3,6% maior que em 2022. Foram R$ 3,3 bilhões aplicados.
“O Ministério dos Transportes retomou 495 contratos e investiu R$ 3,3 bilhões em rodovias e ferrovias, o dobro de 2022. Seguiremos firmes na reconstrução da nossa infraestrutura e estou certo que o novo marco fiscal possibilitará o salto de investimentos que precisamos. O Brasil voltou a ter futuro!”, escreveu Renan Filho em uma rede social.
Fonte: BE News
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