Considerado o maior projeto de arrendamento da história do setor portuário brasileiro, o Tecon Santos 10, futuro megaterminal de contêineres da margem direita do Porto de Santos, gerou um grande debate durante o painel que fechou a programação do Santos Export, Fórum Regional de Infraestrutura, Logística e Transportes.
Executivos das principais empresas que operam contêineres comentaram o projeto e demonstraram interesse no leilão, previsto para ocorrer no segundo semestre de 2025.
Representando a DP World, terminal privado que opera contêineres na margem esquerda do Porto de Santos, a gerente sênior de Relações Institucionais da DP World, Luciana Guerise, afirmou que a instalação do novo terminal é uma necessidade para o complexo portuário santista.
“A DP World é uma interessada, sim, no projeto. Estamos olhando e analisando todo o processo com muita cautela e muito cuidado. Não temos mais a discussão de que vai acontecer, e não só isso, precisa acontecer. É preciso ainda saber quais os eventuais riscos. Precisamos do Tecon Santos 10 e as questões da sua capacidade têm a ver com fluxo de transporte”, pontuou.
A modelagem do projeto do Tecon Santos 10, que foi retomado pelo Ministério de Portos e Aeroportos no ano passado, está sob responsabilidade da Infra S.A. Atualmente, o Tecon Santos 10 encontra-se em fase de audiências públicas, com a primeira tendo sido realizada nesta semana. Segundo o órgão do Governo Federal, a modelagem ainda não foi totalmente finalizada.
“Estamos falando do maior arrendamento portuário da história dos portos públicos. Será um superterminal com ampliação da capacidade de movimentação de contêineres no Porto de Santos. Estamos falando do maior porto da América Latina, que agora ganhará ainda mais projeção com esse aumento de capacidade. Estamos falando de quatro berços para atracação, dragagem de aprofundamento, dragagem de acesso, de berços. O terminal poderá ter três navios New Panamax atracados simultaneamente”, afirmou Bruno Picinin Fernandes, da diretoria de Mercado e Inovações da Infra S.A..
O diretor de Investimentos em Terminais da TiL (Terminal Investment Limited), Patrício Júnior, declarou que o leilão do Tecon Santos 10 deve atrair muitos interessados entre as empresas que operam contêineres, pois uma concorrência ampla agrega valor ao processo.
“Quanto mais pessoas fizerem bids (ofertas), melhor será o preço, e mais o governo ganha. Tem muita competição entre todos, e só existe discussão porque há muita competição. O Brasil Export é o melhor local para produzir espaços para discussões como essa”, destacou.
O head de Public Affairs do Grupo Maersk para a América Latina, Danilo Veras, não revelou se o grupo irá participar do leilão, mas demonstrou atenção e dedicação ao processo.
“Difícil dizer (sobre a participação do leilão), a gente toma bastante cuidado para não violar e levantar questões que envolvem uma licitação que não sabemos se vamos ou não participar. Gostaria de parabenizar o colega da Infra S.A., porque a gente vê um trabalho sério de avaliação, de mapeamento, de conversa e uma vontade muito grande de fazer os estudos do projeto. Do nosso lado o que temos é buscar e dedicar a mesma atenção e comprometimento e avaliar a proposta posta”, disse.
O leilão
Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, o leilão do Tecon Santos está previsto para ocorrer em novembro na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3.
O investimento total estimado pode chegar a R$ 6 bilhões, com a empresa ou consórcio vencedor do leilão assumindo a operação do terminal por 25 anos. Segundo o governo federal, o projeto visa consolidar o Porto de Santos como um hub logístico de relevância para toda a América Latina.
O painel ainda contou com a participação do diretor de Operações Portuárias da Santos Brasil, Bruno Stupello. A moderação foi do jornalista Leopoldo Figueiredo, diretor-geral da Rede BE News.
Fonte: BE News