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Fornecedora de energia ao Porto de Santos, Itatinga tem vila que pode ser complexo turístico

É possível viajar no tempo? Sim. A cerca de 30 km do Porto de Santos está a Usina Hidrelétrica Itatinga, inaugurada em 1910, em Bertioga - à época, ainda um distrito de Santos. A área abriga uma vila campestre que conserva casas residenciais e imóveis construídos na primeira metade do século 20. Um lugar charmoso e aconchegante, que nos remete ao passado, com potencial para contemplar um complexo turístico de hotelaria, incluindo restaurantes, lojas e espaço para eventos.

Já a usina, se por um lado conserva os pisos e os azulejos originais de 113 anos atrás, é capaz de produzir até 15 megawatts por hora de energia elétrica, abastecendo a sede administrativa do Porto de Santos em 99% e mais 10 terminais arrendatários em 35%. O imóvel tem paredes de pedra com um metro de espessura, o que ajuda a explicar tamanha resistência ao tempo.

Com essa visão, a Autoridade Portuária de Santos (APS) pretende estabelecer uma parceria público-privada (PPP) para exploração turística do local, e, também, para investimentos na modernização da usina a fim de potencializar e ampliar a capacidade de geração de energia elétrica e a troca dos fios de alta tensão, que chegam até o Porto de Santos, como A Tribuna mostrou na edição da última sexta-feira (28).

Para isso, a APS pretende lançar um chamamento público, mas a data ainda não foi definida. “Estamos preparando o chamamento público para que empresários apresentem suas propostas e sugestões. E nós queremos que eles visitem Itatinga”, afirmou o presidente da APS, Anderson Pomini.

“Aquela usina tem potencial para abastecer as fontes energéticas das cidades de Bertioga, Guarujá e, a depender do investimento que for feito, ainda mais. Isso sem falar do potencial turístico. É uma cidade. Nossa ideia é atrair interessados em instalar, quem sabe, uma pousada, restaurantes, comércios etc.”, complementou.

O acesso à usina é por lancha. Na manhã de quinta-feira (27), a Reportagem embarcou em uma lancha do tipo catamarã que navegou pelo Canal de Bertioga até Itatinga. Ao longo da viagem, de aproximadamente uma hora e meia, a inigualável Mata Atlântica, com sua vasta cadeia de montanhas e manguezais a perder de vista, uma paisagem ainda mais encantadora com os voos dos guarás-vermelhos e dos biguás.

Chegando à Bertioga, o acesso ao complexo da Usina de Itatinga ocorre por meio de bondes da década de 1920, que fazem um percurso de 7,5 km. A viagem dura cerca de 25 minutos. A propriedade, localizada na Serra do Mar, já foi a Fazenda Pelaes, adquirida pela Companhia Docas de Santos (CDS) em 1903. Apenas três anos depois, a CDS deu início à construção da Usina de Itatinga, que foi inaugurada em 10 de outubro de 1910.

A hidrelétrica foi projetada pelo engenheiro Guilherme Benjamin Weinschenck, que teve seu nome dado à praça de esportes situada entre a sede social do Itatinga Atlético Clube e a quadra de futebol com medidas oficiais. Antes de chegar à usina, há uma vila completa, com casas residenciais de madeira que, no passado, já abrigaram 70 famílias de trabalhadores. Hoje, são sete.

Desativados atualmente, a escola e o posto médico ainda conservam as indicações em suas fachadas. O cinema também está fechado e necessitando de reparos. A padaria, por sua vez, segue de portas abertas para atender aos poucos moradores locais. A Capela de Nossa Senhora da Conceição, erguida em 1942, notável por sua arquitetura e simplicidade e ornamentada por vitrais importados de Portugal e bancos feitos de cedro, sela o encanto desse lugar escondido sob a Serra do Mar.












Fonte: A Tribuna

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