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Falta de definição para presidência do Porto de Santos impacta futuros investimentos

A falta de definição sobre quem vai presidir o Porto de Santos (SP) pelos próximos anos está preocupando o setor, que aguarda uma nomeação para analisar qual será o direcionamento dado pela nova gestão e, a partir disso, fazer ou não novos investimentos.

O assunto foi discutido na sexta-feira (31), em um encontro que reuniu mulheres especialistas do setor portuário na sede da Associação Comercial de Santos.

O debate, que teve como tema “As necessidades do Porto de Santos e as perspectivas para o Setor Portuário” foi promovido pelo Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (SOPESP) para celebrar o Mês da Mulher e para abrir a programação especial de aniversário de 30 anos da instituição.

Natália Marcassa, CEO do Moveinfra, destacou que o governo está entrando em seu quarto mês sem nomear quem irá gerir o maior porto da América Latina.

“Chegamos em abril ainda sem definições importantes, como a presidência do porto, e essa é uma questão super importante. É a partir dela que temos diretrizes, possibilidades de investimentos, segurança jurídica, previsibilidade, mas se a gente não enxerga o que vai ser feito, a gente não investe”, disse.

A mesa reuniu, além de Natália, Flávia Takafashi, diretora da ANTAQ; Luciana Fuschini, delegada da Polícia Federal e Coordenadora da CESPORTOS/SP; Amanda Barros, diretora do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo Federal e Mariana Pescatori, conselheira de Administração (CONSAD) da Autoridade Portuária de Santos.

Quanto à melhoria dos acessos ao Porto de Santos, Mariana garantiu que esta é uma questão primordial para a gestão do atual ministério de Portos. De acordo com ela, há perspectiva que o governo estude um modelo de concessão dos serviços de acesso ao complexo portuário.

“A gente pode seguir para a concessão dos serviços, como dragagem e sinalização, analisando qual a melhor solução para cada porto. Ou a gente pode partir para uma solução parecida com a FIPS, um condomínio com auto gestão onde os próprios operadores do porto, num consórcio de arrendatários, fazem a gestão de alguns serviços, como o acesso terrestre”, pontuou Pescatori.

Para Natália, o fato de o Porto de Santos ter apenas o Sistema Anchieta-Imigrantes para escoar suas cargas é “perigoso”, não somente pela questão logística, mas também pela segurança e garantia da fluidez de suas operações.

“É preciso pelo menos mais uma ligação rodoviária e há diversas possibilidades em estudo, mas todas elas são demoradas – estamos falando de uma região superprotegida ambientalmente – e todas são caras. A engenharia dá conta do recado, mas precisamos decidir qual caminho será seguido”, analisa.

Ainda sobre os gargalos, Marcassa acredita que esta é uma conversa que precisa sempre ser feita entre o poder público e privado. “Temos certeza que as soluções para os gargalos de acesso aquaviário e terrestre não serão puramente públicas. Não por má vontade nem por falta de orçamento, mas porque o arcabouço legislativo é muito difícil e demorado”.

Túnel

Questionada se é possível que a obra do túnel ligando Santos a Guarujá seja feita apenas com recursos públicos, Mariana Pescatori respondeu que o governo estuda a possibilidade de usar o caixa da Autoridade Portuária, hoje com R$ 1,8 bi, conjuntamente com repasse do Orçamento Geral da União (OGU).

“Estamos discutindo como colocar esse projeto de pé, se via parceria público privado, que inclusive já está estruturada dentro do estudo de desestatização e podemos aproveitá-la, ou se será uma obra pública”, explicou.

O debate contou ainda com a presença de Régis Prunzel, presidente do Sopesp; Ricardo Molitzas, diretor-executivo do sindicato; Mauro Sammarco, presidente da Associação Comercial de Santos; Fabrício Julião, CEO do Brasil Export, e a vice-prefeita de Santos, Renata Bravo.

ASPAS

“Chegamos em abril ainda sem definições importantes, como a presidência do porto, e essa é uma questão super importante. É a partir dela que temos diretrizes, possibilidades de investimentos, segurança jurídica, previsibilidade, mas se a gente não enxerga o que vai ser feito, a gente não investe”
















Fonte: BE News

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