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Concais apresenta projeto de novo terminal para cruzeiros no Porto de Santos

Com previsão de operação simultânea de três navios, edifíciogaragem com capacidade para mais de 800 veículos, praça de alimentação e passarela de acesso à plataforma de embarque, o Concais apresentou o projeto de um novo terminal de cruzeiros marítimos para o Porto de Santos. O estudo da empresa – que atualmente administra o Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, na região de Outeirinhos – prevê a moderna estrutura no Valongo.

Em fase de análise, o projeto já foi apresentado ao Ministério de Infraestrutura e à Santos Port Authority (SPA), gestora do complexo portuário santista. Representando o Concais, o presidente da empresa, Luis Floriano; a diretora de Operações, Sueli Martinez; e o consultor portuário Ivam Jardim estiveram no Grupo Tribuna na última sexta-feira para detalhar os planos.

Segundo eles, o projeto foi idealizado após pedido do Governo Federal, em 2021. O tempo estimado para instalação do empreendimento é de três anos, a partir do sinal verde do Poder Público para as obras.

“Hoje, só existe um berço de atracação em frente ao Concais e outro em Outeirinhos, onde o embarque e o desembarque de passageiros acontecem por meio de ônibus. No novo terminal, a gente acaba com isso, pois todo passageiro vai pela plataforma e embarca por um finger (ponte telescópica), igual ao que ocorre em um aeroporto”, explica Ivam.

O estudo inicial foi encaminhado à Autoridade Portuária e ao Governo Federal no início de junho e recebeu aval com algumas complementações, “pedindo a inclusão da revitalização dos armazéns 2, 3 e 4, revitalização do cais e transferência do Armazém 12A”, explica Ivam. O próximo passo é finalizar o projeto básico e executivo de engenharia e precificá-lo. Em seguida, será dado início ao Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA).

Em nota, o Ministério da Infraestrutura afirmou que, atualmente, o processo está em análise preliminar pela Secretaria Nacional de Portos. “Após a aprovação, seguirá para consulta e audiência pública, análise da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) quanto ao EVTEA e aos aspectos concorrenciais do remanejamento e, posteriormente, retornará para decisão definitiva do poder concedente”.

Entraves

Apesar da boa expectativa em relação ao novo terminal, o Concais se preocupa com alguns pontos considerados críticos no processo. Suely explica que o problema viário na região do Valongo foi algo que chamou atenção antes do início do estudo. “E esse sistema viário não é obrigação do Concais, está na desestatização do Porto de Santos, mas será preciso que isso case com o cronograma”, complementa Ivam.

Além disso, a questão ambiental também é um ponto de preocupação, bem como uma área prevista no projeto que atualmente pertence à Prefeitura de Santos e à SPA. Outro possível entrave para o novo terminal seria a questão do investimento. “No terminal que a gente tem hoje (em Outeirinhos), podemos investir mais R$ 350 milhões. Esse total pode ir para o novo, mas não deve ser suficiente para toda a construção. Como essa conta será paga? Teremos que criar uma matemática para conciliar”, enfatiza o consultor portuário.

STS53

O ponto considerado mais crítico pelo Concais é o processo do STS53. A previsão de um novo terminal na região de Outeirinhos para movimentar granéis sólidos minerais, especialmente adubos (fertilizantes) e sulfatos, preocupa a empresa, já que atualmente a área é utilizada para a atracação de navios de cruzeiros.

Com contrato até 2038 no complexo santista, o Concais diz que o processo do STS53 precisa, no mínimo, de alterações. “Acreditamos e estamos trabalhando por essa mudança (no terminal de passageiros), mas o ponto crítico é, se o projeto for viável, o STS53 terá que mudar, considerando que não poderá haver obras dele até que o terminal no Valongo esteja pronto (no mínimo, em três anos)”, enfatiza Ivam.

Os representantes do Concais ainda citam a possibilidade do projeto apresentado sobre o novo terminal ser considerado inviável. “Minha pergunta é: se (o projeto no Valongo) não der certo, onde vamos operar os navios de passageiros?”, questiona a diretora de Operações. Ela garante que movimentar fertilizantes e receber passageiros são atividades incompatíveis.

“Se não tiver terminal em Santos, não tem no resto do Brasil”, resume Floriano. Ele afirma que a empresa precisa, no mínimo, receber a garantia de que, nos anos de construção do novo terminal no Valongo, a temporada de cruzeiros será preservada. Para isso, seria necessário, minimamente, ao menos retardar as obras e instalação do STS53.

Sem prejuízo

Em nota para A Tribuna, a SPA afirmou não trabalhar com a ideia de alterar os planos do STS53. “Todas as medidas serão tomadas para não haver interrupção ou prejuízo à atividade de cruzeiros, que possui prioridade de atracação no Porto de Santos. Por essa razão, não há que se falar em retardar a instalação do STS53”, ressalta a estatal.

Em audiência pública realizada na semana passada sobre o STS53, o diretor de Desenvolvimento de Negócios e Regulação da SPA, Bruno Stupello, afirmou que é possível incluir na documentação jurídica do futuro terminal de granéis sólidos a previsão de que não haja obra no berço de atracação durante a temporada de passageiros.




Fonte: A Tribuna

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