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Com duplo benefício, empresas do setor portuário apostam em placas solares em Santos

A preocupação com a sustentabilidade - e agregando economia - tem lugar cativo nas empresas com atividades ligadas direta ou indiretamente ao Porto de Santos. Uma das principais formas está ligada à energia, mais especificamente com a colocação de placas solares.

“A energia tem se tornado um elemento significativo no orçamento das empresas porque vem aumentando acima da inflação nos últimos anos. E as empresas relacionadas ao Porto usam muita energia, como, por exemplo, naqueles contêineres com refrigeração e até mesmo nas suas atividades administrativas de escritório”, explica Guilherme Susteras, mestre em engenheria elétrica e conselheiro da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

Atualmente, o Brasil conta com mais de 30 gigawatts (GW) de energia solar instalada, sendo que deste total mais de 22 GW correspondem a projetos de pequeno porte, instalados em mais de dois milhões de telhados de residências, comércios, indústrias e propriedades rurais. Estes sistemas asseguram uma redução de cerca de 80% na conta de luz de mais de 2,6 milhões de unidades consumidoras, que se beneficiam da energia gerada.

“O Brasil é um dos países do mundo com maior potencial para a geração solar. Hoje, a energia solar já é a segunda maior fonte da matriz elétrica brasileira, e, em 2050, assumirá a dianteira”, projeta Bárbara Rubim, vice-presidente da Absolar.

O tema foi abordado também no reality Porto - O Desafio, levado ao ar pela TV Tribuna e apresentado por Maxwell Rodrigues. Na edição de 2022, o Grupo Leme, formado por Rafaela dos Santos, Carolina Guidoni e Marco Aurélio Vieira, venceu a atração com um projeto de colocação de painéis solares sobre os armazéns do Porto, gerando economia significativa no fornecimento de energia, de forma limpa e sustentável.

“Caso fossem instalados em todos os armazéns, geraria um excedente significativo, que seria doado à Cidade, para ser utilizado nas escolas, hospitais, equipamentos públicos... Uma ideia fantástica, que conversa com a concepção do conceito de Porto-Cidade”, comentou Rodrigues, na ocasião.

Desde sempre

No Porto de Santos, a BTP possui 126 placas solares para a geração de energia térmica que estão instaladas no telhado do prédio administrativo da empresa, no Retão da Alemoa. O trabalho foi feito durante a construção do terminal. As placas são utilizadas desde o início das operações da empresa, em 2013.

Cada placa solar possui 2 metros quadrados de área coletora, com capacidade máxima de produção de 161,2 kWh/mês. No total, são 252 metros quadrados de área coletora de energia solar, que aquecem a água armazenada em quatro reservatórios térmicos dentro do terminal de contêineres, com volume total de 20 mil litros. A energia térmica gerada pelos painéis é utilizada para o aquecimento da água dos chuveiros dos vestiários da empresa.

“Existem projetos em estudo para instalação de novas áreas coletoras de energia solar dentro do terminal, incluindo placas solares fotovoltaicas (para geração de energia). Investimentos em sustentabilidade sempre são considerados em nossos planos de curto, médio e longo prazo. A BTP também tem a ambição de se tornar um terminal carbono zero a partir de 2030, com 100% dos seus equipamentos eletrificados”, afirma o diretor de assuntos corporativos da BTP, Joel Contente.

Outros terminais foram consultados pela Reportagem sobre projetos na área. Em nota, a Santos Brasil informou que zerou as emissões de CO2 atreladas ao consumo de energia. Seu plano de descarbonização está em fase de elaboração e serão identificadas alternativas de redução de emissões de gases de efeito estufa, entre elas a possível instalação de painéis fotovoltaicos para a redução do consumo de energia.

Economia

A preocupação com a sustentabilidade e menos gastos energéticos ocorre não apenas na região portuária. Empresas com atividades ligadas ao Porto também estão atentas ao assunto. Um exemplo é a Armada, que fica no Macuco e é especializada em aluguel de equipamentos de içamento, além de venda de material para forração de contêineres e de porão. Estão sendo colocadas, inicialmente, 37 placas solares - e a quantidade pode ser ampliada, dependendo do crescimento da demanda.

“Embora tenha um grande investimento inicial (perto de R$ 100 mil para placas, inversores e instalação), estava querendo dar uma diminuída nos nossos custos. Temos alguns equipamentos que a gente monta e faz manutenção, utilizando solda. São grandes equipamentos e, com isso, a carga de energia também é grande”, justifica o sócio da empresa, Lucas Mota. O gasto mensal varia de R$ 2 mil a R$ 3 mil referentes a três locais.

As placas estão sendo instaladas em um deles, um galpão na Rua João Guerra, perto do Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, administrado pelo Concais. A sede do escritório fica na Rua Gervásio Bonavides, junto com mais três armazéns. A geração de energia vai ser distribuída para os outros locais via créditos por parte da concessionária de energia CPFL.

“São quatro galpões, mas um deles não tem luz fixa. Dos três locais, vou pagar, arredondando, uns R$ 300,00, levando em conta o consumo mínimo cobrado pela CPFL. É uma empresa pequena. Tenho 25 funcionários. É um valor significativo para nós”, explica Mota, referindo-se ao retorno do investimento, com tempo estimado em três anos e três meses.











Fonte: A Tribuna

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