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Celulose tem papel fundamental na exportação brasileira via Porto de Santos

O papel da celulose na exportação brasileira é fundamental. E o Porto de Santos se destaca no setor. Os números provam isso. Em 2022, houve crescimento de 53,7% no embarque de celulose no cais santista (8,2 milhões de toneladas no total). De acordo com números da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o maior complexo portuário do Hemisfério Sul representou, de janeiro a junho deste ano, 41% das exportações no País (3,76 milhões de toneladas de 9,14 milhões no total). Em dólares, equivale a 32% (US$ 1,32 bi de US$ 4,16 bi) no mesmo período.

“O Brasil, hoje, é o maior exportador de celulose no mundo e lidera com folga. Da produção de 25 milhões de toneladas, aproximadamente 75% são para exportação”, afirma o consultor portuário Ivam Jardim. “Atualmente, o Porto de Santos, pelo modal ferroviário, é capaz de dar vazão ao preço competitivo de grandes volumes de celulose. Porém, essa logística precisa seguir melhorando e ganhando capacidade para que seja possível a implantação de novas fábricas pelas empresas já existentes e outras que desejam atuar no Brasil”, explica.

A localização de uma fábrica - que sempre, quando planejada do zero, não custa menos do que R$ 10 bilhões - é definida pela melhor condição de custo combinado de área disponível e barata para o plantio, logística da área de produção até a indústria e, depois, a logística da fábrica até o Porto de Santos.

Trio

Há três indústrias de celulose atuando com terminais portuários na região: Eldorado Brasil, Suzano e Bracell. Com um complexo industrial localizado em Três Lagoas (MS), a Eldorado inaugurou em 31 de julho, na Margem Direita, em Santos, o terminal Eldorado Brasil Logística (EBlog). A instalação é resultado de investimento de, aproximadamente, R$ 500 milhões, e tem capacidade de escoamento de 3 milhões de toneladas de celulose por ano, sendo 20 mil toneladas por dia.

“A ampliação da capacidade de escoamento foi um passo crucial para a competitividade da indústria de celulose brasileira”, afirma o diretor de Logística da EBlog, Flavio da Rocha Costa. “O local também pode armazenar até 150 mil toneladas de celulose e comporta até 72 vagões, além de possibilitar o embarque de até dois navios simultaneamente. Outro fato importante é a velocidade do embarque da nossa celulose, já que no modelo anterior estávamos a quilômetros do berço de atracação e, agora, a pouquíssimos metros”, descreve.

No caso da Suzano, a empresa investiu R$ 1,5 bilhão em três novos terminais portuários, sendo dois deles em Santos - o outro fica em Itaqui, no Maranhão. O de Santos, na Margem Direita, opera desde 2019 e está em uma pequena obra de ampliação. O outro se trata de um megacomplexo estabelecido em parceria com a DP World, na Margem Esquerda, com capacidade para escoar 3,3 milhões de toneladas de celulose por ano. E, em novo investimento industrial, a empresa vai adicionar mais 2,55 milhões de toneladas de carga com o Projeto Cerrado, em Ribas do Rio Pardo (MS).

“Para a implantação dessa nova unidade, a empresa já conta com área plantada, bem como já programa, junto à concessionária ferroviária, novos investimentos em logística, faltando apenas a consolidação, junto ao Porto de Santos, do necessário aumento de seu terminal na Margem Direita, no cluster de celulose”, detalhaIvamJardim.

Já a Bracell anunciou R$ 2,5 bilhões em abril deste ano para construir uma nova fábrica de papel tissue (sanitário) em Lençóis Paulista (SP), onde a empresa já conta com uma unidade que produz celulose. Outros R$ 2,5 bilhões estão sendo investidos em outra planta, voltada para processamento de insumos químicos - Clorato de sódio e Peróxido de hidrogênio -, utilizados no processo produtivo de celulose.

As obras definitivas do terminal da empresa (antigo STS14A) estão em fase avançada de construção e devem ser finalizadas ainda neste ano. A companhia iniciou as operações no Porto de Santos em agosto de 2021, por intermédio de Contrato de Transição no Terminal 13/14/15 e, em novembro de 2021, no STS14A, após vencer leilão realizado para concessão de operação, com contrato de 25 anos. Desde o início dos trabalhos, a Bracell já embarcou mais de 5.5 milhões de toneladas em 211 navios.

"É importante que já se planeje e busque, até por meio de apoio à implantação de Terminais Privados (TUPs), novas áreas para expansão dos players atuais e para a entrada da Arauco, que tem a intenção de investimento total de R$ 15 bilhões em sua primeira unidade de celulose no Brasil, em Mato Grosso do Sul”, sugere Ivam Jardim.




















Fonte: A Tribuna

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