A Autoridade Portuária de Santos (APS) publicou, na quarta-feira (7), no Diário Oficial da União, um chamamento público para que pessoas ou empresas doem estudos para modelagem do Complexo de Itatinga, onde fica a hidrelétrica que abastece o Porto, em Bertioga. A intenção, segundo a APS, é subsidiar o modelo da futura concessão do local. A promessa, porém, era lançar o edital dessa concessão em junho, visando uma parceria público-privada (PPP), mas ela não foi cumprida.
Em 28 de maio deste ano, quando A Tribuna publicou reportagem sobre o tema, a APS disse que pretendia, no mês seguinte, fazer o chamamento público para empresas interessadas em gerir e explorar o complexo que fornece energia elétrica para o cais santista, incluindo a usina, vila e entorno. A ideia era ter hotelaria no local, modernizar a usina com a troca dos fios de alta tensão e instalar um parque de produção de hidrogênio verde com investimento estimado em R$ 500 milhões.
E agora?
Nessa nova etapa em busca de doações de estudos, a gestora do Porto explica que o foco é a viabilidade da produção e utilização do hidrogênio verde, mas também de outras fontes de energia renováveis, como a eólica offshore e a solar fotovoltaica.
“Para realização do estudo, o proponente deve realizar um levantamento e inspeção detalhada do estado atual do sistema de geração da Usina de Itatinga e sua linha de transmissão, identificando gargalos e propondo soluções de modernização e ampliação”, explica, em nota, a APS.
Além disso, o estudo deve fornecer informações detalhadas sobre o potencial de geração e integração de novas fontes de energia renováveis, incluindo a análise de viabilidade técnica, econômica e ambiental. E ainda desenvolver modelos para a redução da dependência de combustíveis fósseis, diminuição das emissões de gases de efeito estufa e aumento da segurança e autonomia energética.
“Para a vila, deverá fazer levantamento detalhado das condições atuais das edificações, trilhas, captação de água, sistemas de saneamento básico, equipamentos de transporte rodoferroviário, acessos principais, acessos alternativos entre outros aspectos. Elaborar plano de exploração ecoturística e projetos de cunho socioambiental, a serem desenvolvidos com a rede municipal/estadual de ensino”, continua a nota.
Os interessados em participar do chamamento público devem requerer à APS a autorização para realizar os estudos em Itatinga até 6 de setembro. Eles terão 60 dias para apresentar o trabalho.
A usina
A Usina de Itatinga é capaz de produzir até 15 megawatts por hora de energia elétrica, abastecendo a sede administrativa do Porto de Santos em 99% e mais dez terminais arrendatários em 35%.
O acesso à Itatinga é por lancha, navegando pelo Canal de Bertioga. A viagem dura aproximadamente uma hora e meia. Chegando em Bertioga, o acesso ao complexo da usina ocorre por meio de bondes da década de 1920, que fazem um percurso de 7,5 km. A viagem dura cerca de 25 minutos.
Fonte: A Tribuna
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