O Ministério da Saúde da Argentina descartou o caso de mpox [anteriormente conhecida como varíola dos macacos] em um tripulante de navio que passou pelo Porto de Santos, no litoral de São Paulo. Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, os exames do homem que estaria contaminado deram positivo para catapora.
De acordo com o órgão brasileiro, a embarcação esteve no cais santista no início de agosto e depois seguiu para desembarcar na Argentina, onde as autoridades de vigilância sanitária do país vizinho ficaram responsáveis pelos exames laboratoriais do tripulante.
O Ministério da Saúde informou que a confirmação de que não se tratava de um caso de mpox foi anunciada na quarta-feira (21). No Brasil, os cuidados nos portos e aeroportos são realizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A pasta destacou que a cepa 1b da doença, que foi classificada, na última semana, como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), não está em circulação no Brasil.
Segundo o Ministério da Saúde, a prioridade é reforçar a vigilância para garantir respostas rápidas e eficazes. A pasta, inclusive, instalou um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) no último dia 15 para coordenar as ações relacionadas à doença.
Baixada Santista
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) disse que não houve registro de internações e mortes pela mpox na região. Foram três casos confirmados, sendo que os pacientes infectados, segundo a SES, são: um homem, de 30 a 24 anos, em Peruíbe; um homem, de 50 a 54, em Praia Grande; e uma mulher, de 30 a 34, em Santos.
A SES divulgou que a região teria um quarto infectado pela doença em São Vicente, mas, conforme apurado pelo g1, a prefeitura enviou ao estado uma notificação equivocada.
O exame do morador que estaria contaminado pela mpox deu negativo para a varíola -- ele estava com catapora, assim como o tripulante do navio. À equipe de reportagem, a SES informou que vai manter a nota com os quatro infectados até uma nova manifestação da Prefeitura de São Vicente.
Mpox
A "'varíola dos macacos", como era chamada a mpox, foi identificada pela primeira vez justamente em colônias de macacos, em 1958. Ela é uma zoonose viral, ou seja, é transmitida entre pessoas e animais.
Segundo a Sociedade Brasileira de Primatologia (SBPr), apesar do vírus receber a nomenclatura de varíola dos macacos, a doença não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos, que ocorre entre pessoas contaminadas.
O contágio pode, ainda, ocorrer entre pessoas e roedores, como esquilos, e outros mamíferos, como até mesmo o cão doméstico. Por isso, em 2022, foi estabelecida a mudança de nome para o termo mpox (monkeypox virus).
À época, a necessidade da mudança do nome ficou ainda mais evidente quando, em regiões do Brasil, foram registrados ataques contra os primatas pela população por conta da associação da doença ao animal.
Contágio
Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão do vírus ocorre por contato (beijos, abraços, relação sexual) com secreções infectadas das vias respiratórias, feridas ou bolhas na pele da pessoa infectada.
A recomendação, em casos suspeitos, é evitar o contato próximo com outras pessoas até o desaparecimento dos sintomas. O ideal é realizar o isolamento imediato e não compartilhar objetos e material de uso pessoal, como toalhas e roupas de cama, por exemplo.
Ainda segundo o Ministério, não há tratamento específico para a infecção pelo vírus da mpox. A atenção médica é usada para aliviar dores e demais sintomas e prevenir sequelas em longo prazo.
Fonte: G1
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